Por: ATTILA MATTOS
02/06/2024
08:26:46
OS FILHOS DE ARGEMIRO E SEUS ANIMAIS EXÓTICOS
Argemiro
continuava na sua vida de esbórnia ainda machucado e com as lembranças da
traição, mas já mostrava sinais de segurança e da autoestima em recuperação.
Foi numa dessas andanças pela noite que entrou numa lanchonete e foi atendido
por Clarisse. Ela era falsa magra e
simples, mas de uma beleza e elegância discretas que, de pronto,
encantaram meu amigo. Ele segurou sua
mão, aproveitando seus dotes adquiridos de galanteador, e disse palavras que
toda mulher normal quer ouvir; o tipo de cantada leve, mas verdadeira e que vem
do coração. Argemiro, já meio cansado da vida boêmia, viu o que tinha de mais
belo no âmago daquela mulher, e daí, a possibilidade de amar verdadeiramente
outra vez. A coisa não foi pensada e sim, intuitiva. Voltou várias vezes à
lanchonete e começaram a namorar.
Haviam se
passado alguns anos e, aos gritos ainda de “ABAIXO A DITADURA” e depois
“DIRETAS JÁ”, o general Figueiredo pôs fim ao regime ditatorial militar no
Brasil. Foi nesse clima de euforia civil que Argemiro e Clarisse marcaram o
casamento para o dia 7 de setembro de 1985. Dessa união surgiram dois filhos;
Antonio e Pedro.
O tempo
passou e, na adolescência, Pedro começou a se interessar por animais exóticos
tais como cobras lagartos e outros, causando surpresa e estranheza nos seus
pais. Pedro comprava casinhas, objetos e rações especiais como se fossem para
animais domésticos de estimação tais como cães e gatos. Até aí, tudo bem, pois
cada um tem suas escolhas desde que não prejudique ninguém, e a criação de
cobras não venenosas e de outros animais desse tipo, que hoje são moda entre
muitos jovens, realmente não trazem prejuízo a quem quer que seja. Pedro capturava ratos para alimentar sua
cobra e um dia apresentou quadro de febre alta
ficando duas semanas internado no hospital. Pedro sofreu muito e sua família também.
Eu escrevo
esses artigos para esclarecer do risco que os animais oferecem de transmitir
doenças ao homem; as zoonoses. Essa é a minha função de Médico Veterinário e,
sendo assim, sanitarista. Os ratos e
outros roedores silvestres, por exemplo, podem transmitir a febre hemorrágica
com síndrome renal, a leptospirose e outras doenças. Portanto, é preciso ter
consciência e tomar cuidados preventivos. Deve-se procurar orientação técnica
antes de tudo.
ENFIM, É
PRECISO AMAR OS ANIMAIS COM RESPONSABILIDADE!!!