Por: ATTILA MATTOS
21/09/2024
16:37:23
NILSINHO E O CÃO QUE MUDOU SUA VIDA
Nilsinho ia para
o trabalho.
Quem é Nilsinho?
Nilsinho é o José Nilson da Silva da Euterpe Friburguense, figura emblemática
de nossa cidade, apoiador da banda e de seus músicos, principalmente os
carentes, aos quais ele ajuda lutando por apoio para que continuem estudando e
sejam homens de bem. Nilsinho é aquele pai de família dedicado e exemplar, o
paizão e o vovozão que todos nós conhecemos.
O dia começava e
ele talvez até estivesse cantando alguma de suas canções preferidas enquanto
dirigia seu automóvel. Ao fazer uma curva ele dá de frente com um cão cruzando
a estrada. Tudo foi muito rápido, era impossível frear e o instinto fez com que
ele num lance rápido tentasse desviar do animal para não atropelá-lo. O carro
capotou várias vezes e em instantes lá estava nosso amigo caído e desacordado
no asfalto. Aí vieram os bombeiros, depois o hospital, o desespero da família,
as diversas cirurgias, o tempo enorme de inatividade, a fisioterapia
interminável e as seqüelas definitivas. A vida parou e seguiu-se tanto
sofrimento só porque um cão estava solto na rua.
Será que nós
merecemos isso? De quem será a responsabilidade?
Nós não
merecemos isso e a responsabilidade é do município que deve ser acionado na
justiça porque os cães na rua são de propriedade do poder público que não toma
qualquer providência para encaminhá-los a um abrigo ou coisa que o valha.
Sofrem os cães e sofremos nós. As prefeituras são obrigadas por lei a ter esse
serviço de recolhimento de animais e de manejo de populações caninas em vias
públicas das cidades. No município de Nova Friburgo isso não existe,
contrariando a lei. Há também o fato de que esses animais podem morder pessoas
e até transmitir doenças; as tais zoonoses: doenças dos animais transmissíveis
ao homem. É uma questão de saúde pública, isto é, as pessoas podem morrer por
tais doenças. Será que nosso prefeito sabe disso? Ou é engenheiro e só pensa em
obras?
Existem
estratégias prontas que são utilizadas em inúmeras partes do Brasil e do mundo
para resolver essa questão, mas aqui, nada se faz. Nós conhecemos profundamente
a matéria e sabemos como resolver: recolhimento dos animais aos abrigos,
campanhas de adoção, esterilização cirúrgica e colocação de chips nos cães de
particulares para que, se encontrados nas ruas, os proprietários sejam multados
e, se não pagarem as multas, essas sejam cobradas no IPTU. Existem diversas
outras medidas preventivas e de controle do crescimento das populações caninas.
A coisa é simples, mas o fundamental é que se tenha vontade de realizá-la.
Casos como esse do
Nilsinho ocorrem com muita frequência e poderiam ser evitados.
Sugerimos que
qualquer pessoa que sofra qualquer tipo de acidente com cão de rua (mordedura,
doença e traumatismo de toda ordem), contrate um advogado particular ou um
defensor público para que este entre com uma ação contra o município exigindo
uma indenização de acordo com o dano sofrido porque é obrigação das prefeituras
solucionar esse problema. Cobrem, e cobrem caro, pois nossos administradores
públicos são irresponsáveis, despreparados e só pensam em lucros para seus
bolsos.