Por: ATTILA MATTOS
27/10/2024
08:04:35
MAÍRA, A BIOLOGIA E A LEISHMANIOSE
Apesar disso, ainda somos muito incompetentes no desenvolvimento prático dessas idéias, mas na realidade muita coisa mudou nesses últimos 40 a 50 anos. Maíra, que cresceu em tal contexto, tornou-se defensora ferrenha da doutrina naturalista, podendo dizer-se mesmo que ela passou a ser uma “natureba radical”. Assim como seus pais, ela foi conhecer a mata atlântica, a floresta amazônica e o pantanal mato-grossense, além de inúmeros santuários da vida selvagem do Brasil. Quando chegou ao pré-vestibular, decidiu fazer biologia tal seu amor pelas questões ambientais do mundo. Durante toda a faculdade e mesmo depois de formada, sempre se dedicou às incursões na floresta com fins de pesquisa e de contato com a natureza. Estudou as comunidades caiçaras e seus conhecimentos de ervas medicinais, tendo até escrito um livro no qual catalogou as tradições culturais de tais grupos sociais. Maíra nunca mediu esforços no sentido de resgatar a cultura de tais sociedades.
Seu pai sempre atentou ao extremo envolvimento de Maíra com as questões ambientais e, por ser médico veterinário conhecedor das zoonoses, alertava constantemente sua filha bióloga a respeito das doenças que podiam ser contraídas a partir do contato do ser humano com os animais em geral. Maíra nunca ligou para as recomendações de seu pai porque seu interesse pela preservação do meio ambiente e pelas culturas ligadas a terra era muito maior do que o medo de contrair doenças.
No quarto do hospital onde visitava Maíra que contraiu leishmaniose visceral, o mais grave tipo da doença, seu pai falava amargurado: ”Maíra, as matas e seus animais devem ser respeitados nas suas circunstâncias mais íntimas. Desejo que quando sair dessa, você possa dançar com seu marido, seus filhos e seus familiares em geral, incluindo a mim, como a gente dançava no tempo das discotecas”.
Maíra faleceu dias após, apesar dos esforços da medicina, deixando dor para todos que a amavam. Fica, então, o exemplo de como não se deve proceder na relação com o meio ambiente.
A leishmaniose é uma doença causada por um protozoário transmitido pelo “mosquito palha”, muito comum nas regiões de baixada litorânea e em muitas outras partes do Brasil. A doença pode ser cutânea ou visceral. Na forma cutânea produz uma lesão de cicatrização difícil, deixando uma cicatriz marcante. A forma visceral pode levar à morte, como no caso de Maíra. Além disso, o tratamento da doença inclui o uso de substâncias altamente tóxicas ao organismo humano. Portanto, quando se pretende adentrar na mata, é preciso respeitar determinadas normas:
- Usar botas,
calça, camisa de manga comprida e protetor de cabeça.
- Usar
repelente contra insetos.
- Evitar o
momento do amanhecer e do entardecer porque nesses momentos o ataque dos insetos
é maior.
ENFIM, É PRECISO
AMAR OS ANIMAIS E A NATUREZA EM GERAL COM RESPONSABILIDADE!!!