Por: ATTILA MATTOS
20/10/2024
08:06:41
MEU PRIMO RONALDO E SEU GATINHO BICHANO
Era uma
quarta-feira de manhã quando os quatro filhos homens do Desembargador saíram de
casa para executar a vingança de sua irmã cruelmente assassinada pelo pedreiro
covarde. O homem tinha que morrer, pensavam eles. Os quatro o encontraram em
cima de um telhado onde trabalhava e não perderam tempo; descarregaram seus
revólveres contra o homem que já caiu no chão sem vida. Conta-se que na fuga um
deles até desmaiou mas os irmãos o carregaram até que acordasse. O plano de fuga era atravessar a Baía de
Guanabara num barco a remo até o Rio de Janeiro, então capital federal, visto
que toda essa estória aconteceu em Niterói, então capital do antigo Estado do
Rio. Assim fizeram, e logicamente que, quando chegaram ao Rio, a polícia já os
esperava. Foram presos e julgados. O relato é de que o próprio Desembargador
redigiu a defesa dos filhos na cama, visto que havia sofrido um derrame
cerebral e não andava mais. O fato que foi que um advogado os defendeu no júri
popular baseando-se na defesa redigida pelo Desembargador e os quatro foram absolvidos.
Ronaldo, o
menino órfão, foi sendo criado nas casas dos tios, inclusive na casa de minha
avó que era casada com um tio dele, um dos irmãos de sua mãe que foi
assassinada. Na adolescência, talvez movido pela estória de sua mãe, resolveu
estudar direito e, anos mais tarde, tornou-se um dos maiores advogados
criminalistas que o Brasil conheceu. Eu ainda o assisti num júri que fez em
Friburgo nos anos 80. O homem dava um show. Era o Dr. Ronaldo Machado, aquele
menino achado ao lado de sua mãe morta na cama em que dormiam. Fez grande
sucesso. Ainda trago na lembrança a
imagem do primo famoso em seu automóvel MP Lafer viajando da capital para fazer
seus júris no interior do estado. Ganhou
muito dinheiro, casou algumas vezes e, enfim, teve uma vida intensa e
certamente feliz.
Mas a velhice
foi chegando e com ela o cansaço, a doença e, sabe-se lá porque, visto que
coração dos outros é terra que ninguém anda, aquele homem poderoso entrou em
depressão. O quadro foi se agravando, ele foi definhando e antes que chegasse a
óbito alguém lhe presenteou com um gato ao qual ele deu o nome de Bichano. O
felino passou a ser a alegria do velho advogado que melhorou enormemente. O
bichinho estava sempre em seu colo quando o homem sentava em sua cadeira de
balanço. Quando aparecia alguma visita Ronaldo o abraçava contra seu próprio
peito e dizia: balança o rabo Bichano, e o animal obedecia como se entendesse.
Depois ele dizia: balança mais rápido Bichano, e o gato balançava a cauda
freneticamente. Era um espetáculo incrível. Assim conviveram até o fim da vida
de Ronaldo.
Essa é mais
uma história verídica que mostra a influência dos animais na saúde mental do
homem e como eles podem salvar vidas.
PORTANTO, CAROS
LEITORES, É PRECISO AMAR OS ANIMAIS COM RESPONSABILIDADE!!!