Por: ISABELLA FERRI - ASSESSORA DE IMPRENSA | DEPTO. REGIONAL RIO
04/06/2025
15:13:01
NOVA FRIBURGO EM JUNHO TEM ESPETÁCULOS DE DANÇA E EXIBIÇÃO DE FILMES FOCADOS EM CORPOS NEGROS E INDÍGENAS

Pela primeira vez, o festival integra com centralidade a produção artística indígena contemporânea na linguagem da dança, ampliando o seu escopo original — antes focado exclusivamente no protagonismo negro — e afirmando-se como uma iniciativa única nas artes da cena no país.
Com a curadoria
convidada de Ágatha Oliveira, Barbara Matias Kariri, Betânia
Avelar, Jandé Potyguara e Tieta Macau, a
programação apresenta obras que vão da dança à performance,
passando por audiovisual, música e
debates. O Corpo Negro-Indígena afirma as múltiplas existências
e resistências de artistas que forjam um Brasil que dança para contar a própria
história, inclusive aquela que foi silenciada, colocando em
cena corpos negros e indígenas que criam a partir de seus
territórios, memórias e desejos. Territórios representados neste ano com grande
abrangência. Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Pará, Paraná,
Piauí, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia e
São Paulo formam um mosaico diversificado e plural de gêneros, temas,
estéticas e modos de criar.
A
programação apresenta 25 trabalhos de dança, sendo 11 estreias
nacionais nos palcos do Sesc RJ, possibilitando um
importante fomento para os criadores da dança e oferecendo obras
inéditas para os moradores do estado. Entre os destaques da
programação está o espetáculo Andará das Encantarias,
de Karu Kariri, artista indígena criada na periferia da zona sul de
São Paulo. Karu funde a cultura ballroom à ancestralidade de seu povo,
criando uma obra que transborda encantaria, identidade e luta. Em cena, a
celebração dos corpos LGBTQIAPN+ negros e indígenas reverbera
como um ritual contemporâneo de resiliência. Como ela mesma define: “Pode-se
até aterrar um rio tentando apagar a história que vive lá, porém debaixo da
terra a água continuará a circular, até o dia em que, à superfície,
ela retornará.”
A curadoria do
projeto é atravessada por essa escuta da terra e do corpo como
territórios de saber. Bárbara Matias Kariri, uma das curadoras,
resume: “Corpos que dançam interligados com a terra. Fazer curadoria como
quem olha para o chão onde pisa, como quem exercita a
escuta para saber quais sementes plantar. Dançar Pindorama para dizer da
resistência e fé presentes nesses corpos antigos e futuros.”
Ao reunir expressões
artísticas de pessoas negras e indígenas, o Sesc RJ acompanha e
fortalece o movimento cultural que transforma o terreno da
possibilidade em terreiro de criações, abrindo caminhos estético-políticos na
cena brasileira. Como destaca a curadora Ágatha Oliveira, trata-se de
garantir “a oportunidade, a possibilidade, a realização; o fazer
a dança que se deseja — e como se deseja”. A cada edição, consolida-se um
espaço de investigação, descobertas e permanência para corpos que
insistem, criam e movem as estruturas.
PROGRAMAÇÃO
Sesc
Nova Friburgo
(Av. Presidente Costa e Silva, 231)
Uma Dança para nossas
histórias | Diogo Nascimento | dança | 7/6 às 19h
Nesse espetáculo de
Dança ninguém morrerá. Mesmo ainda vivendo as intermináveis complexidades em
ser negro dentro de uma sociedade que reverbera a desigualdade produzida
durante o tempo da escravidão no Brasil. Em exercício colaborativo com artistas
de vários territórios da cidade do Rio de janeiro, todas negras, negros e
iniciados na vida pela ditadura social do masculino que nossa dramatrgia
acontece. Nessa arena criamos um espaço para dividir a palavra, a poética e os
desejos. Um encontro único e você é nosso convidado, para dançarmos nossas
histórias e desejarmos amanheceres outros.
As três marias | Mery
Horta/Cia Líquida | dança | 6/6 às 19h
Em as três marias, quarto espetáculo da Cia Líquida de dança contemporânea com direção e coreografia de Mery Horta, três baianas de escola de samba desenvolvem toda uma performatividade que une histórias, dança, vestimenta e gestos. Como as três estrelas que lhes dão nome, em as três marias essas mulheres negras idosas sambistas nos brindam com suas existências cintilantes e nos apontam caminhos futuros e ancestrais.
Bounceando Miudinho | Laborative Dance Company | dança | 5/6 às 15h
Bounceando Miudinho
convida as crianças a mergulharem no universo do street dance por meio da
música, do movimento e da imaginação. A atividade estimula o respeito à
diversidade e fortalece a autoestima — especialmente de crianças negras — por
meio de vivências com jogos rítmicos, expressão corporal e dinâmicas em roda.
Pérola Negra | Edu
Cigano | dança | 4/6 às 15h
O samba tem origem
nos batuques africanos, misturados aos ritmos europeus como a polca, a valsa e
o minueto, pelos negros escravizados no Brasil. No início do seculo XX surge o
samba no Rio de Janeiro, com toda sua desenvoltura, exuberância e vibração.
ARTE E GINGA APRESENTA PÉROLA NEGRA, um espetaculo que retrata a evolução da
cultura afro brasileira, mostrando a originalidade do maxixe, do chorinho, até
chegar com elegância aos salões de bailes, onde popularmente ficou conhecido
como samba de gafieira. A verdadeira Arte e Ginga do samba, que encanta
brasileiros e estrangeiros do mundo todo.
Bounceando Ritmos e
Resistências | Laborative Dance Company| dança | 4/6 às 14h
Um espetáculo de
dança contemporânea que mergulha na linguagem do street dance, reverberando a
força do corpo negro em movimento como potência de transformação e ferramenta
política. Sob direção de Douglas Felizardo e produção de Fran Berriel, a obra
convida o público a uma imersão sensorial, onde o corpo pulsa, reage e propõe
novos caminhos. A energia do hip-hop, o legado das danças afro-diaspóricas e a
potência da coletividade se entrelaçam para dar forma a uma experiência que é,
ao mesmo tempo, dança, ocupação e manifesto.
Wanderson Lemos -
"América Negra" Vol. 01 | música | 4/6 às 19h
O cantor e compositor
Wanderson Lemos lança América Negra Vol. 01, um trabalho dedicado a
homenagear ícones negros. Além de canções originais como: América Negra,
Eu sou Luiz Gama, Carolina Maria de Jesus, Conceição Evaristo, Muhammad Ali,
Versando com Paulo Lins, Zumbi e Besouro, Wilson das Neves, Cruz e Souza e
Elza. O show conta também com um lindo momento reservado para homenagear
os compositores Gilberto Gil, Djavan, Luiz Melodia e Moacir Santos.
Sessão 2 | Trem do
Soul | audiovisual | 4/6 às 14h30
Trem do Soul segue a
linha do tempo traçando uma cartografia memorial e afetiva de um movimento
jovem, preto e periférico que mexeu com corações, corpos, mentes e até com as
fardas na década de 1970 na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Sessão 9 |
Sessão de curtas: Icamiabas: Backup do Futuro + Rua Dinorá |
audiovisual | 5 e 8/6 às 9h e às 16h
Icamiabas | Depois de perder
acidentalmente todas as cópias de sua monografia da faculdade, Laci e as outras
Icamiabas usam sua gata-nuvem chamada Nuvenzinha para ir até a Cidade Alta,
bairro super tecnológico que flutua nas nuvens e visitar o Tecnomuseu, lugar
que guarda todos os backups de tudo que já foi escritos e de tudo que ainda
será. Mas quando uma interminável burocracia e fantasmas de dinossauros se
interpõem no caminho, as Icamiabas percebem que o backup nem sempre compensa.
Rua Dinorá | Dinorá é uma
menina de 10 anos que luta karatê e precisa vender rifas para custear uma
viagem para um campeonato. Nesse trajeto, ela descobre a história da sua rua e
do seu bairro.
Oficina de Danças
Urbanas | Douglas Felizardo | dança | 5/6 às 19h | classificação 14 anos
Na oficina será
abordado técnicas de Street dance e Hip Hop, através de um trabalho de
base, técnicas, variações coreográficas, exercícios e dinâmicas em conjunto.
Inscrições pelo link: https://bit.ly/corponegroindigena2025.
Sujeito a limite de vagas.
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