Por: CHRIS COELHO COMUNICAÇÃO E ASSESSOR5IA DE IMPRENSA
17/03/2025
17:34:52
20 DE MARÇO: DIA DO CONTADOR DE HISTÓRIAS
Contar histórias influencia na formação de novos leitores

Além de descobertas e aprendizado para a criança, a leitura aprimora a capacidade de concentração, aumenta a imaginação e contribui para o desenvolvimento emocional e social
Ouvindo histórias, desde a primeira infância, as crianças despertam as habilidades fundamentais para a aprendizagem. Um estudo realizado pela Universidade de Ohio, nos Estados Unidos da América, mostra que crianças que são incentivadas a ler entram na escola tendo ouvido aproximadamente 1,4 milhão de palavras a mais do que as que não cultivam esse hábito.
Outra forma de despertar o interesse das crianças pela leitura e na formação de futuros leitores é através da contação de histórias tradicionais da cultura popular. “A contação de histórias é o livro vivo que também pode ser encontrado na prateleira da sala de leitura. Esse livro pulsante, que tem olhos, gesticula e interage com a criança, é a primeira grande ponte para o livro impresso”, afirma o friburguense Laerte Vargas, ator e contador de histórias com mais de 30 anos de experiência.
O ato de contar histórias leva as crianças a viverem diferentes experiências que produzem a noção entre o real e o imaginário. A contação de histórias consegue atrair a atenção, despertar a curiosidade, estimular a imaginação, desenvolver o intelecto, evidenciar as emoções, estabelecer vínculos e buscar soluções para os problemas. Ao associar tudo isso à literatura, oportunizando o acesso aos livros e mostrando que o imaginário pode ser escrito por meio de palavras, desperta-se o interesse e, consequentemente, o prazer da criança pela leitura. "A partir do jogo do faz-de-conta, vamos conduzindo a criança no aprendizado da vida e, sem ter cara de aula, ensinamos ética, cultura geral e tantas outras lições apreendidas pela via do afeto . A contação de histórias é uma ferramenta poderosa para despertar o interesse pela leitura e formar cidadãos mais críticos e criativos", enfatiza Laerte Vargas.
Público infantil é o que mais lê no Brasil
A influência da contação de histórias na formação de leitores pode ser constatada nos números apresentados pela edição 2024 da pesquisa do Instituto Pró-Livro (IPL), a mais completa e aprofundada sobre os hábitos de leitura do brasileiro, que mostrou que o público infantil é o que mais lê no Brasil: crianças de 5 aos 10 anos de idade consomem livros com frequência. Essa faixa etária também foi a que demonstrou que a leitura é motivada pelo gosto, representando 38% dos que afirmaram ler pelo mesmo motivo.
Para despertar o interesse das crianças pela leitura, cada vez mais , faz-se necessário criar um clima diferenciado e atrativo para que seja prazeroso para elas. “A ambiência da sala de leitura, desde que não seja uma biblioteca demasiadamente sisuda, com um silêncio avassalador imposto, é a mais convidativa. Leitura é alimento: a contação é a entrada e os livros são o prato quente. Almofadas espalhadas pelo chão, livros em cestos com as capas se oferecendo para a leitura e ao alcance da mão da criança são elementos que contribuem para essa intimidade. Lombada de livro não convida a criança à leitura”, explica Laerte Vargas.
O Papel dos Pais e Educadores
A família e a escola desempenham papéis complementares na formação de leitores. Os pais podem criar um ambiente acolhedor para a leitura em casa, lendo para os filhos desde cedo e incentivando a exploração de diferentes livros. Já os educadores podem utilizar a contação de histórias e outras atividades lúdicas para despertar o interesse pela leitura em sala de aula. "O papel da família e da escola deve ser na mesma densidade. É fundamental que os dois núcleos sociais se completem, tendo como objetivo o leitor.", afirma Vera Veronesi, educadora especialista na elaboração e execução de projetos literários, que atua em Nova Friburgo.
A participação da família e educadores é fundamental na formação de novos leitores, principalmente no contexto atual, com a concorrência das tecnologias, com suas telas interativas, que ao toque do dedo, pode mudar o desenho, ou a música. Para Tânia Damásio, educadora pós-graduada em literatura infantil, que atua na área há mais de 40 anos, o exemplo do equilíbrio no uso das tecnologias deve partir dos pais. “O acesso digital é uma realidade, mas nós temos que ter controle conosco, mesmo como adultos, no nosso cotidiano. Assim, podemos ser exemplos de referência no nosso núcleo familiar. Não podemos deixar o digital presente em nossas conversas com os filhos, não usar o celular à mesa, na hora das refeições. E, principalmente ler nossos livros na p re4sença dos pequenos”, alerta Tânia.
Quando começar a ler para os filhos?
O processo da leitura para os filhos pode ser iniciado ainda na gestação, quando os bebês já começam a ouvir a partir da 20ª semana de gravidez. E a motivação pode continuar nos primeiros meses de vida, pois o mercado oferece livros com histórias e materiais diferenciados para cada faixa etária, estimulando os sentidos. “Para criança que chamamos bebês leitores são aqueles livros que elas podem ver, pegar, apertar, etc. Para as crianças na faixa de educação infantil, os livros devem ter boa ilustração, com bom texto, que motivem e encantem o olhar infantil. Livro tem que fazer a criança vibrar”, orienta Tânia.
E quais as melhores histórias para o de4senvolvimento infantil. Para Laerte Vargas, todas as histórias tradicionais -a maioria oriunda da tradição oral - são fundamentais para o desenvolvimento humano. “Elas tratam, em uma linguagem metafórica, dos percalços da nossa trajetória. Esses contos nos conduzem a reflexões profundas acerca das nossas decisões e padrões de comportamento. A vastidão desse material é impressionante: encontramos contos que falam de incesto, homossexualidade, compulsão, enfim, para cada questão do ser humano existe uma história curativa”, finaliza ele.
Quem é Laerte Vargas?
Laerte Vargas é friburguense, ator e contador de histórias. Participou da primeira oficina de contadores de histórias, realizada no Brasil, tendo como mestres Francisco Gregório e Eliana Yunes. Ao concluir, se sentiu muito instigado a dar continuidade à pesquisa da linguagem do narrador popular. “Na verdade, ainda tinha o olhar do ator e o pouco investimento necessário para contar histórias me interessou mais como uma ferramenta profissional do que como uma opção de linguagem. Mal sabia eu que o bichinho do contar já havia me fisgado”, revela ele.
Logo depois, Laerte Vargas fundou o Grupo Confabulando para pesquisa das histórias tradicionais e realização de sessões de contadores. Algumas instituições abriram as portas para o seu trabalho, que desde o início foi remunerado. “Dessa forma, o ofício foi tomando cada vez mais espaço em minha vida e me deu retorno imediato para a compra de livros e impressão de materiais de divulgação. Trabalhei um ano direto com o Museu de Folclore Edison Carneiro, RJ, coordenando festivais de contos populares, material que se tornou o grande nicho de pesquisa de repertório para mim. Depois disso, os convites se sucederam e não parei mais”, conta Laerte Vargas.
Sua trajetória na contação de histórias
- Trabalhou como Contador de histórias na empresa Casa da Leitura - Fundação Biblioteca Nacional - 1994 a 1998
- Trabalhou como Coordenador na empresa Escolinha De Arte Do Brasil, no Rio de Janeiro; Coordenador CIAE Curso Formação de Arte-Educação – 1995
- Proler
Atuação como contador de histórias e dinamizador de oficinas no Rio de Janeiro e implantação de núcleos do Proler por todo o Brasil.
Atuação como ministrante da Oficina de Contadores de Histórias e Dinamização de Acervos.
Atuação como Contador de Histórias percorrendo bibliotecas com sessões temáticas., 1996.
- Paixão de Ler, 1997.
Enfermaria Hospital Gafrée e Guinle
Dinamização da sala de recreação da referida enfermaria com sessões de histórias. 1997.
Comunidade Morro Santa Marta
Dinamização de grupo de agentes de leitura que culminou na apresentação de sessão de contos populares no Simpósio Internacional de Contadores de Histórias.
- Narrador de contos, dinamizador de oficinas de capacitação de profissionais na arte de contar histórias e assessoria individual e a grupos de contadores e agentes de leitura. Fundador da Spaço dos Contos, o primeiro centro de formação continuada de contadores de histórias do Brasil - 2001 a 20024.
- Oficina de Formação de Contadores de Histórias. O trabalho resultou em uma sessão de contos e lendas urbanas da comunidade, apresentado pelo grupo Latão de Histórias, no Simpósio Internacional de Contadores de Histórias, 2005.
- Leia Brasil. 2013.
Oficinas e sessões de histórias nas bibliotecas volantes do Projeto Leia Brasil da Petrobrás.
As Fiandeiras, com Ana Gibson
Grupo de pesquisa e coleta de histórias populares com Ana Gibson e Rossana Lourenço. 2014.
O ato de contar histórias leva as crianças a viverem diferentes experiências que produzem a noção entre o real e o imaginário. A contação de histórias consegue atrair a atenção, despertar a curiosidade, estimular a imaginação, desenvolver o intelecto, evidenciar as emoções, estabelecer vínculos e buscar soluções para os problemas. Ao associar tudo isso à literatura, oportunizando o acesso aos livros e mostrando que o imaginário pode ser escrito por meio de palavras, desperta-se o interesse e, consequentemente, o prazer da criança pela leitura. "A partir do jogo do faz-de-conta, vamos conduzindo a criança no aprendizado da vida e, sem ter cara de aula, ensinamos ética, cultura geral e tantas outras lições apreendidas pela via do afeto . A contação de histórias é uma ferramenta poderosa para despertar o interesse pela leitura e formar cidadãos mais críticos e criativos", enfatiza Laerte Vargas.
Público infantil é o que mais lê no Brasil
A influência da contação de histórias na formação de leitores pode ser constatada nos números apresentados pela edição 2024 da pesquisa do Instituto Pró-Livro (IPL), a mais completa e aprofundada sobre os hábitos de leitura do brasileiro, que mostrou que o público infantil é o que mais lê no Brasil: crianças de 5 aos 10 anos de idade consomem livros com frequência. Essa faixa etária também foi a que demonstrou que a leitura é motivada pelo gosto, representando 38% dos que afirmaram ler pelo mesmo motivo.
Para despertar o interesse das crianças pela leitura, cada vez mais , faz-se necessário criar um clima diferenciado e atrativo para que seja prazeroso para elas. “A ambiência da sala de leitura, desde que não seja uma biblioteca demasiadamente sisuda, com um silêncio avassalador imposto, é a mais convidativa. Leitura é alimento: a contação é a entrada e os livros são o prato quente. Almofadas espalhadas pelo chão, livros em cestos com as capas se oferecendo para a leitura e ao alcance da mão da criança são elementos que contribuem para essa intimidade. Lombada de livro não convida a criança à leitura”, explica Laerte Vargas.
O Papel dos Pais e Educadores
A família e a escola desempenham papéis complementares na formação de leitores. Os pais podem criar um ambiente acolhedor para a leitura em casa, lendo para os filhos desde cedo e incentivando a exploração de diferentes livros. Já os educadores podem utilizar a contação de histórias e outras atividades lúdicas para despertar o interesse pela leitura em sala de aula. "O papel da família e da escola deve ser na mesma densidade. É fundamental que os dois núcleos sociais se completem, tendo como objetivo o leitor.", afirma Vera Veronesi, educadora especialista na elaboração e execução de projetos literários, que atua em Nova Friburgo.
A participação da família e educadores é fundamental na formação de novos leitores, principalmente no contexto atual, com a concorrência das tecnologias, com suas telas interativas, que ao toque do dedo, pode mudar o desenho, ou a música. Para Tânia Damásio, educadora pós-graduada em literatura infantil, que atua na área há mais de 40 anos, o exemplo do equilíbrio no uso das tecnologias deve partir dos pais. “O acesso digital é uma realidade, mas nós temos que ter controle conosco, mesmo como adultos, no nosso cotidiano. Assim, podemos ser exemplos de referência no nosso núcleo familiar. Não podemos deixar o digital presente em nossas conversas com os filhos, não usar o celular à mesa, na hora das refeições. E, principalmente ler nossos livros na p re4sença dos pequenos”, alerta Tânia.
Quando começar a ler para os filhos?
O processo da leitura para os filhos pode ser iniciado ainda na gestação, quando os bebês já começam a ouvir a partir da 20ª semana de gravidez. E a motivação pode continuar nos primeiros meses de vida, pois o mercado oferece livros com histórias e materiais diferenciados para cada faixa etária, estimulando os sentidos. “Para criança que chamamos bebês leitores são aqueles livros que elas podem ver, pegar, apertar, etc. Para as crianças na faixa de educação infantil, os livros devem ter boa ilustração, com bom texto, que motivem e encantem o olhar infantil. Livro tem que fazer a criança vibrar”, orienta Tânia.
E quais as melhores histórias para o de4senvolvimento infantil. Para Laerte Vargas, todas as histórias tradicionais -a maioria oriunda da tradição oral - são fundamentais para o desenvolvimento humano. “Elas tratam, em uma linguagem metafórica, dos percalços da nossa trajetória. Esses contos nos conduzem a reflexões profundas acerca das nossas decisões e padrões de comportamento. A vastidão desse material é impressionante: encontramos contos que falam de incesto, homossexualidade, compulsão, enfim, para cada questão do ser humano existe uma história curativa”, finaliza ele.
Quem é Laerte Vargas?
Laerte Vargas é friburguense, ator e contador de histórias. Participou da primeira oficina de contadores de histórias, realizada no Brasil, tendo como mestres Francisco Gregório e Eliana Yunes. Ao concluir, se sentiu muito instigado a dar continuidade à pesquisa da linguagem do narrador popular. “Na verdade, ainda tinha o olhar do ator e o pouco investimento necessário para contar histórias me interessou mais como uma ferramenta profissional do que como uma opção de linguagem. Mal sabia eu que o bichinho do contar já havia me fisgado”, revela ele.
Logo depois, Laerte Vargas fundou o Grupo Confabulando para pesquisa das histórias tradicionais e realização de sessões de contadores. Algumas instituições abriram as portas para o seu trabalho, que desde o início foi remunerado. “Dessa forma, o ofício foi tomando cada vez mais espaço em minha vida e me deu retorno imediato para a compra de livros e impressão de materiais de divulgação. Trabalhei um ano direto com o Museu de Folclore Edison Carneiro, RJ, coordenando festivais de contos populares, material que se tornou o grande nicho de pesquisa de repertório para mim. Depois disso, os convites se sucederam e não parei mais”, conta Laerte Vargas.
Sua trajetória na contação de histórias
- Trabalhou como Contador de histórias na empresa Casa da Leitura - Fundação Biblioteca Nacional - 1994 a 1998
- Trabalhou como Coordenador na empresa Escolinha De Arte Do Brasil, no Rio de Janeiro; Coordenador CIAE Curso Formação de Arte-Educação – 1995
- Proler
Atuação como contador de histórias e dinamizador de oficinas no Rio de Janeiro e implantação de núcleos do Proler por todo o Brasil.
Atuação como ministrante da Oficina de Contadores de Histórias e Dinamização de Acervos.
Atuação como Contador de Histórias percorrendo bibliotecas com sessões temáticas., 1996.
- Paixão de Ler, 1997.
Enfermaria Hospital Gafrée e Guinle
Dinamização da sala de recreação da referida enfermaria com sessões de histórias. 1997.
Comunidade Morro Santa Marta
Dinamização de grupo de agentes de leitura que culminou na apresentação de sessão de contos populares no Simpósio Internacional de Contadores de Histórias.
- Narrador de contos, dinamizador de oficinas de capacitação de profissionais na arte de contar histórias e assessoria individual e a grupos de contadores e agentes de leitura. Fundador da Spaço dos Contos, o primeiro centro de formação continuada de contadores de histórias do Brasil - 2001 a 20024.
- Oficina de Formação de Contadores de Histórias. O trabalho resultou em uma sessão de contos e lendas urbanas da comunidade, apresentado pelo grupo Latão de Histórias, no Simpósio Internacional de Contadores de Histórias, 2005.
- Leia Brasil. 2013.
Oficinas e sessões de histórias nas bibliotecas volantes do Projeto Leia Brasil da Petrobrás.
As Fiandeiras, com Ana Gibson
Grupo de pesquisa e coleta de histórias populares com Ana Gibson e Rossana Lourenço. 2014.
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