Por: CARLOS ROSA MOREIRA
21/01/2025
17:50:56
EQUUS
Já pensei em tomar aulas de equitação. Devido ao meu trabalho, várias vezes precisei percorrer terras e apartar gado montado num cavalo, que me conduzia mais do que eu a ele.
É uma histórica dupla, homem e animal. Deve ser muito bom
ter um cavalo como amigo. Mas cavalo pede campo, planícies, natureza.
Cavalgar em estradas calçadas ou no meio urbano não me
apraz. Certa vez, em viagem pelo interior do Nordeste, vi hábeis cavaleiros em
ação. Eram os encourados ginetes do agreste. Homens fisicamente rústicos que se
tornam subitamente belos pela determinação e coragem. O companheiro desses
heróis é o modesto, mas incomparável Cavalo nordestino. Esse nobre animal de porte médio
torna-se um Pégaso no duro trabalho no sertão. Descende dos cavalos de guerra
norte-africanos e de raças originárias da Península Ibérica.
Chegou aqui nos primórdios do Brasil-Colônia. Acostumado às
batalhas e ao solo árido, com seus cascos resistentes que dispensam ferraduras,
tornou-se o parceiro ideal do homem na conquista das terras nordestinas.
Na rudeza das vaquejadas, num só corpo, numa só valentia,
cavalo e cavaleiro disparam caatinga adentro no encalço do gado fujão, sem
temer espinhos e as pedras aguçadas do solo. É bonito de se ver.
O Cavalo Nordestino é uma riqueza brasileira. É forte como
seu companheiro humano. Ambos são um orgulho nacional.