Por: GRACIE GROCE
07/08/2024
16:56:38
INSTITUTO ALBATROZ INICIA MÊS DE AGOSTO COM SOLTURA DE AVES NA PRAIA DA PERNAMBUCA, EM ARARUAMA
Aves pouco comuns na Região dos Lagos – sendo observados em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul – os dois petréis foram resgatados em Saquarema e Arraial e chamam a atenção pelos exóticos tubos nasais, fundamentais para garantir uma alta eficiência olfativa enquanto buscam alimentos em meio às amplas extensões oceânicas. Eles chegaram ao CRD no dia 16 de julho e foram reintegrados à natureza no dia 02 de agosto. Já o gaivotão ficou quase dois meses em tratamento, entre 10 de junho e 05 de agosto. “Quando recebemos a gaivota, ela apresentava uma notável assimetria no posicionamento das asas, acompanhada de dificuldade para voar. O tratamento intensivo incluiu sessões de laserterapia, fisioterapia e suplementação específica para fortalecimento. Durante a soltura, a ave demonstrou sua recuperação ao alçar um voo gracioso, evidenciando o sucesso do tratamento recebido”, comemorou a médica veterinária Daphne Goldberg, Responsável Técnica do Instituto Albatroz.
Sobre os Petréis
Petréis são aves marinhas migratórias e pertencem à ordem Procellariformes (do latim procela, tempestade), que inclui também os albatrozes. Estas aves passam a maior parte da vida pelo oceano aberto buscando alimento, voando sobre a água ou pousando nela. Visitam costas ou ilhas apenas para se reproduzir e cuidar do filhote. Diferenciam-se dos albatrozes, em especial, por conta do posicionamento dos tubos nasais que, nos petréis, apresentam-se na forma de tubos na parte superior do bico, enquanto em albatrozes são mais discretos e se encontram nas laterais do bico. Ambos os grupos necessitam de uma alta eficiência olfativa para encontrarem alimentos em amplas extensões oceânicas.
Os petréis-gigantes-do-sul em reabilitação no CRD do Instituto Albatroz destacam-se pelo tamanho impressionante - podendo ultrapassar 2 metros de envergadura de asas - e pelas suas adaptabilidades ecológicas, que lhes permitem sobreviver em condições extremas no hemisfério sul. Esta espécie é notavelmente competitiva, tanto em relação a outros petréis quanto a aves de outras espécies. Esse comportamento é frequentemente observado durante a alimentação, onde disputam ferozmente as carcaças e os descartes de pesca.
Embora o Macronectes giganteus tenha uma ampla distribuição e seja atualmente classificado como "Pouco Preocupante" em relação à ameaça de extinção pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), ele enfrenta diversos desafios. Entre as principais preocupações estão a interação com espécies exóticas em suas colônias, a poluição marinha, a captura incidental na pesca (bycatch) e as mudanças climáticas, que podem alterar a disponibilidade de alimento.
Projeto de Monitoramento de Praias
O Instituto Albatroz, que conta com um Centro de Visitação em Cabo Frio, executa o Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) da Petrobras em Cabo Frio, Búzios e parte de Arraial do Cabo, somando 25 praias espalhadas por 54 quilômetros de litoral. O monitoramento é feito diariamente a pé e em quadriciclos por técnicos e monitores.
O Projeto de Monitoramento de Praias (PMP) foi desenvolvido para o atendimento de condicionante do licenciamento ambiental federal das atividades da PETROBRAS de produção e escoamento de petróleo e gás natural. A realização do PMP-BC/ES é uma exigência do licenciamento ambiental federal, conduzido pelo Ibama.
Sobre o Instituto Albatroz
O Instituto Albatroz é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que desde 2003 trabalha em parceria com o poder público, empresas pesqueiras e pescadores para a conservação de albatrozes e petréis que se alimentam em águas brasileiras. O Instituto Albatroz coordena o Projeto Albatroz, patrocinado pela Petrobras por meio do Programa Petrobras Socioambiental, que conta com bases em Cabo Frio (desde 2014), Santos (SP), Itajaí e Florianópolis (SC) e Rio Grande (RS).
Telefone de contato para acionamento do PMP-BC/ES na Região dos Lagos: 0800 991 4800