Carla Pinheiro, presidente do Conselho e diretora da Firjan, destacou um levantamento feito pela federação que mostra que o município tem cerca de 46% de mulheres trabalhando no setor industrial. Desse número, 80% são trabalhadoras do polo de moda íntima, indo na contramão do Brasil, onde as mulheres representam apenas 24,9% dos trabalhadores da indústria. “A indústria pode colaborar com os desafios e criar condições para contribuir com o desenvolvimento de mulheres no mercado de trabalho”, disse a empresária.

A capacitação de mulheres em vulnerabilidade também foi uma das pautas da reunião. Atualmente, a Firjan SENAI possui turmas para formação de Soldador de Arco Elétrico, de Auxiliar de Padaria e Confeitaria, de Operador de Máquinas de Costura Industrial, de Eletricista de Obras, entre outras, nas cidades de Nova Friburgo, Cordeiro, Macuco, Cachoeiras de Macacu e Itaperuna. “Empreendedorismo, desenvolvimento profissional e equidade de gênero na liderança são pilares nas ações do Conselho”, ressaltou Márcia Carestiato Sancho, vice-presidente do Conselho de Mulheres da Firjan e presidente da Firjan Centro-Norte.

Fernanda Curdi, secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio, e Karol Mendez, superintendente da Secretaria de Políticas e Promoção da Mulher, falaram das ações do governo. “A meta é percorrer os 92 municípios do estado do Rio e dialogar com as empresas”, informou Curdi.

Monalisa Crespo, coordenadora do Grupo de Mulheres da Indústria do Norte Fluminense, foi uma das convidadas para apresentar as iniciativas desenvolvidas na região. “Observamos que muitas mulheres estão à frente das empresas, mas sem capacitação para liderarem com mais eficácia. Todas as mulheres são líderes independentemente do cargo a ser ocupado”.

Empoderamento feminino na Indústria é tema de ‘talkshow’ na Fevest 2024

Promovido pelo Conselho de Mulheres, o ‘talkshow’ contou com a presença de Sharon Azulay, diretora criativa da Blueman, que contou a sua trajetória de sucessão familiar na tradicional marca roupas moda praia, após a morte de seu pai. “Meu pai inovou a moda praia brasileira, mas eu tive o desafio de reinventar a forma de produção, divulgação e como enxergamos o nosso público. Nós, mulheres, temos uma capacidade em ser plurais e isso nos torna uma grande potência”, conta.

Além de Sharon, Carla Pinheiro, do setor de joalheria, e Márcia Carestiato Sancho, empreendedora da indústria gráfica, falaram sobre os desafios de assumir negócios fundados por seus pais. “Tivemos que desconstruir todas as regras e crenças que nos colocaram”, disse Carla, que foi complementada por Márcia: “É muito importante unir todas as forças femininas para trazer oportunidades iguais para as mulheres”.