Tinham todo o roteiro na cabeça. Era só chegar. Dias depois, já relaxados, encontravam-se os três sentados num bar desses de mesas e cadeiras na calçada. Tomavam cerveja e comiam salsichão ao sol de cidade serrana turística, de cultura alemã. Era tudo que queriam, tudo de bom, como haviam planejado. Num dado momento, aproximou-se deles um cão com atitude estranha. João, amante das plantas e dos animais, cortou um pedaço de seu delicioso salsichão, foi até o animal e carinhosamente lhe ofereceu o petisco, achando que certamente o pobre cão abandonado nas ruas tinha fome. Numa ação rápida e inesperada, o animal lhe mordeu a mão que sangrou um pouco. João, sem estresse, pois estava de férias, limpou sua mão com guardanapo de papel e continuou sua pequena refeição. 

Passaram-se os dias, terminaram as férias e João começou a ter fortes dores de cabeça. Como a dor não cessava com comprimidos, foi ao médico e esse lhe receitou outro tipo de analgésico. A condição piorou muitíssimo e numa noite de desespero João foi internado no hospital. Feitos os exames, constatou-se: era raiva. Do hospital para o isolamento e daí ao falecimento em curto prazo de tempo.

          Deixou mulher e filha...

Raiva: doença viral de mamíferos, transmitida pelo morcego durante a sugação ou pela saliva de animais infectados. É a pior das zoonoses pois uma vez contraída a doença não há tratamento ou cura comprovada cientificamente.