Por: AYRTON DIAS - 18/03/2025 13:00:25

ECOTURISMO E TURISMO DE AVENTURA - HARMONIA E PRAZER

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O ecoturismo, ou turismo ecológico, por definição, é um segmento em que o turista conhece e explora a natureza de maneira consciente, contemplando-a ou praticando atividades de lazer, esportivas ou educacionais preservando os patrimônios naturais e cultur

O “Acordo do Monhok” (evento internacional realizado em New Paltz, EUA, na Monhok Montain House em 2000), definiu o ecoturismo como sendo o “turismo sustentável em áreas naturais, que beneficia o meio ambiente e as comunidades visitadas e que promove o aprendizado, respeito e consciência sobre aspectos ambientais e culturais.” Além disso, o acordo definiu os princípios do ecoturismo e padrões a serem respeitados voluntariamente pelas empresas do ramo turístico. - A região da Caledônia é plena em atrativos naturais.
A “Declaração de Ecoturismo de Quebec”, aprovada em 10 de junho de 2002 pelo Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas (UNEP) e pela Organização Mundial do Turismo (OMT), oficializou o ano de 2002 como o “Ano Internacional do Turismo”, como reconhecimento de todos os países participantes, inclusive o Brasil, da importância do ecoturismo como atividade econômica e de preservação do patrimônio ambiental e cultural. O ecoturismo difere do chamado “turismo de massa”, pois no ecoturismo o fluxo turístico pode até mesmo ser limitado com o intuito de evitar ou minimizar os impactos sobre o ecossistema do local visitado, estabelecendo-se um ordenamento na utilização do atrativo. Algumas atividades consideradas ecoturismo: tirolesa, cavalgada, trekking, snorkeling e flutuação, boia-cross, observação de aves, cicloturismo e observação de fauna e flora.

TURISMO DE AVENTURA
O turista que procura atividades que envolvem desafios e obstáculos, liberdade, prazer, superação...e muita adrenalina em contato com a natureza é adepto do Turismo de Aventura. Esse segmento tem caráter recreativo, e é bom não confundir com turismo esportivo. Alguns exemplos: escalada, slackline, rapel, rafting e canoagem, surf... esporte de aventura é toda atividade que acontece em contato com a natureza - também sintonizada com o ecoturismo ou o turismo de aventura - sob condições calculadas, ou seja, o nível de dificuldade é menor. Já o esporte radical pode ser praticado tanto nos meios urbanos quanto rurais, dentro de ginásios, pistas, praias artificiais ou out side, com manobras mais complexas e arrojadas e um detalhe que faz total diferença: maior intensidade.

SUSTENTABILIDADE
Por mais utópico que seja, o ideal seria que toda atividade econômica incorporasse o conceito de sustentabilidade. Entretanto, as atividades relacionadas a natureza devem atender ao viés financeiro, o respeito a questão social e a preservação ambiental, pois o uso desordenado de um atrativo natural pode decretar o seu fim.
A falta de bom senso pode ser extremamente perniciosa para a manutenção do encantamento de um determina destino turístico. Questões relacionadas a capacidade de carga, limpeza, segurança e infraestrutura são essenciais, e devem ser observadas tanto pelo poder público, como por instituições em geral e pela própria sociedade civil organizada.
“O turismo sustentável atende às necessidades dos turistas de hoje e das regiões receptoras, ao mesmo tempo em que protege e amplia as oportunidades para o futuro.” - Organização Mundial do Turismo (OMT).

UM BELO EXEMPLO
A Observação de Aves (Birdwatching) cria uma harmoniosa relação com o meio ambiente estimulando uma sutil interação com o local visitado. O observador de aves (Birdwatcher) deve ser parte integrante e não um invasor, caminhando sempre em silêncio e sendo paciente, pois qualquer tipo de agitação pode espantar as aves. Um birdwatcher - seja no espaço urbano ou rural - mantém-se sempre atento na busca por um lifer ou um ângulo novo de uma espécie já clicada. As vezes passa muito tempo tentando um registro que, quando ocorre, é uma verdadeira façanha. Isso faz com que a observação de aves gere também muita adrenalina!
Para conseguir a foto de uma espécie rara o praticante é capaz de viajar pelo mundo, esperar horas em silêncio, vestir roupas camufladas, aprender a imitar o canto dos pássaros combater caçadores e ainda contestar as normas burocráticas dos parques. Além de serem os maiores divulgadores das riquezas naturais, os birdwatcher tornaram-se aliados importantes de biólogos e pesquisadores.
Mesmo sem nenhuma formação científica ou acadêmica, seus registros documentam aquilo que muito poucos viram e, em alguns casos, o que ninguém jamais teve a oportunidade de ver. O mais interessante é que sua motivação só aumenta com o acúmulo de conhecimento e, principalmente, com a idade!
Por estar constantemente aprimorando os sentidos e aperfeiçoando a percepção de sons, cores e padrões da natureza, o birdwatcher é extremamente atento ao meio que o cerca - seja a olho nu, com o uso de binóculos ou com a utilização de máquinas fotográficas. Muito tradicional na Europa e nos EUA, a observação de aves conta com um número significativo de adeptos.
No Brasil, várias empresas de produtos e serviços já dão suporte a esse público que transformou a atividade em um novo filão do ecoturismo. A observação de aves movimenta desde meios de hospedagem, guias especializados e lojas de produtos indispensáveis a sua prática como binóculos, máquinas fotográficas e vestuário, a um mercado editorial repleto de publicações voltadas para o tema.
A observação de aves é um ótimo caminho para a preservação ambiental. Os birdwatchers são pessoas extremamente sensíveis a manutenção da vida e atuam constantemente nesse sentido, contribuindo não só para a ciência como também para a sociedade com seu belo exemplo de sustentabilidade.
Atualmente, a observação de aves contempla o viés econômico- através de uma modalidade de turismo de baixíssimo impacto, contribui para a educação social e, principalmente, para que o meio ambiente tenha um futuro melhor, pois para eles o que realmente importa é encontrar com esses pequenos animais livres, felizes e cantando para, apenas, registrar esses belos momentos!

É PRECISO ZELAR
Infelizmente os atrativos naturais precisam de um urgente ordenamento, já que a utilização desregrada está resultando na degradação das nossas belezas cênicas. A gestão do turismo municipal carece de infraestrutura, campanhas educativas, fiscalização e punição exemplar para aqueles que insistem no uso predatório. A inconsequência de alguns gera desdobramentos que ocasionam prejuízos incalculáveis.

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