
Por: ATTILA MATTOS
05/11/2023
10:33:32
MINHA GATA ZEZÉ

Tínhamos numa dificuldade terrível para nos sustentar e às nossas três filhas, ainda bem pequenas. Na tentativa de melhorar, minha querida e maravilhosa esposa montou uma pequena confecção de roupas de lã no segundo andar de nossa casa. Assim, nossa residência se dividia em três partes: moradia, clínica veterinária e confecção. Nessa época, além de cães, tínhamos também uma gata chamada Zezé da qual eu não gostava muito.
Apesar de
imensa luta, não conseguíamos superar o tombo que tomamos do meu sogro, e eu,
ainda muito jovem, não tinha maturidade suficiente para administrar, enfrentar
e superar a situação. Por incrível que pareça, com todo sofrimento, ainda assim
éramos uma família linda; eu, minha esposa, nossas três filhas e as várias
pessoas que trabalhavam na clínica e na confecção. Mesmo com a grande dificuldade financeira,
nossa casa parecia uma festa todos os dias. Podiam ser ouvidos os ruídos das
máquinas de tricô, os latidos e miados dos animais, os risos, os choros de
criança, as nossas vozes e das pessoas que trabalhavam conosco.
Mas, como a
miséria muitas vezes destrói coisas lindas, nosso casamento começou a
deteriorar-se e assim, uma das mais belas histórias da minha vida, terminou no
dia em que o pai dela, meu sogro, o mesmo que nos traiu , veio busca-la junto
com nossas filhas devido à nossa incapacidade de nos relacionar e conduzir a
bom termo aquela família. Naquele momento a nossa família acabou para sempre.
Ainda hoje, não consigo contar esse episódio sem verter lágrimas, mesmo depois
de mais de vinte e cinco anos.
Eu entrei em desespero
naquela casa onde dias antes tinham quatorze pessoas diariamente e agora estava
vazia. Até os cachorros eles levaram.
Tudo que havia sobrado da minha família era a gata Zezé, de quem eu não
gostava muito, mas que naquele momento era tudo que eu tinha. Foi o pior
momento da minha vida. Cheguei a pensar que se a Zezé ficasse doente, eu até
venderia carro para tentar salvá-la. E ela ainda insistia em ficar passando
entra minhas pernas, roçando em mim num carinho incessante como nunca havia
feito antes, parecendo que compreendia minha dor. Graças a Deus ela nunca ficou
doente, nunca me abandonou e me acompanhou até o momento em que me casei de
novo e reconstruí minha vida. Só morreu quando estava bem velhinha e eu já
tinha superado aquela perda e dor da separação. Daqueles tempos pra cá eu
aprendi a respeitar e amar os gatos.
Então, amigos,
se não fosse a Zezé, eu poderia ter ficado louco ou feito qualquer outra
besteira. Ela foi minha filha, minha amiga e minha terapeuta no seu silêncio
felino de seus poucos miados. Nunca precisei ir ao psicólogo.
Portanto,
caros leitores, é preciso amar os animais com responsabilidade!!!
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