
Por: ATTILA MATTOS
29/05/2022
10:12:54
O SEPULTAMENTO DO DR. ANTENOR BAPTISTA E O DE DONA WANDA

Uns
diziam como ele foi vingativo, outros, como foi prepotente. Alguns contavam
maldades que ele fez com subalternos, covardias que fez com colegas de trabalho
e abusos de poder em função de sua imaturidade psicológica mesmo depois de ter
completado os 70 anos. Antenor Baptista tinha sido sempre um ditador de
fraudas. Com tudo ele se sentia ofendido, traído ou humilhado, e reagia sempre
com grosserias e ataques absurdos contra os supostos agressores. Imaginava-se, e muitos sabiam mesmo, que ele
era um tirano com sua esposa e filhos. Foram inúmeros os comentários a respeito
da personalidade complicada do falecido.
Observei que na
mesma capela também estava sendo velada uma senhora. Estranhei que em torno do
caixão, os que a velavam, conversavam animadamente com risadas e comentários
alegres. Eram vários homens e mulheres na faixa dos 40 anos que lembravam como
dona Wanda, mãe de três dos presentes, os tratava quando estes chegavam a casa
dela vindos das deliciosas partidas de futebol à tarde na praia de Icaraí em
Niterói. A casa de Dona Wanda era uma
das últimas que não tinham se transformado em prédio de apartamentos e por isso
quando a molecada saía da praia, ia para o quintal dela para bater papo e
comentar sobre a pelada. A alegre senhora em princípio esculhambava todo mundo
por estarem sujando o quintal de areia, mas em seguida, servia o melhor
misto-quente com coca-cola que comeram em toda vida. Dona Wanda parecia adorar
aqueles encontros de jovens amigos de seus filhos em sua casa. A senhora era pura alegria e assim levou sua
vida inteira. Era conhecida também como Wandinha na turma do vôlei do Liceu
Nilo Peçanha ou na Procuradoria da Prefeitura de Niterói onde era advogada
procuradora municipal. Todos admiravam aquela feliz mulher, e o seu velório
parecia uma festa.
Conta-se que a
morte de Antenor foi devida a uma zoonose. Relata-se que numa noite, ao chegar a
casa, Antenor tropeçou no cãozinho de seus filhos e, num acesso de ira, o que
lhe era peculiar, agrediu o animal a pontapés. O animal assustado e com dor,
mordeu a perna do agressor. Daí em
diante o homem desenvolveu uma infecção por Staphylococcus aureus,
uma bactéria que lhe foi transmitida pela saliva do cão. A infecção tornou-se
septicêmica levando o sujeito à morte em quatro semanas.
Eu saí da capela
fazendo um paralelo entre as duas personalidades; Antenor, um grosseirão que
fez muitos desafetos por toda a vida e Dona Wanda, aquela doce mulher amada por
todos. Eu pensava; de que vale a vida se não se tem bons amigos e se ninguém
gosta da gente.
Pobre Antenor;
Feliz Dona Wanda!!!
Sabendo-se da possibilidade
que os animais tem de nos transmitir doenças (zoonoses), é que sempre
alertamos:
É preciso amar
os animais com responsabilidade!!!
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