Por: JULIANA DUARTE – ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
21/09/2021
14:15:17
“CRÔNICAS CARIOCASâ€: MAR INAUGURA PRINCIPAL EXPOSIÇÃO DE 2021 NO PRÓXIMO DIA 25 DE SETEMBRO; O HISTORIADOR LUIZ ANTÔNIO SIMAS E A ESCRITORA CONCEIÇÃO EVARISTO PARTICIPAM DA CURADORIA
Para Amanda Bonan, uma das curadoras da exposição, o cenário pandêmico
em que vivemos foi preponderante para a concepção da exposição.
"Pensamos a partir da frase impactante e fundamental de Ailton Krenak:
'É preciso adiar o fim do mundo para contar mais uma história'. Mas que
histórias seriam essas que valeriam a pena continuar contando hoje? Vamos
falar dessa cidade partida", afirma. Segundo o diretor da Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI) —
instituição gestora do MAR —, Raphael Callou, por meio da mostra,
"deixamos de lado esse 'novo normal' para relembrar o mundo de antes,
ainda que nos pareça um pouco distante". A exposição é a primeira a
ocupar o terceiro andar do museu sob a gestão da OEI. Ao todo, quase 600 obras de arte — nos mais diversos suportes, como vÃdeos, objetos, instalações, fotografias e pinturas — vão ocupar três galerias do museu, cuja arrumação confere ares labirÃnticos ao local. Cada pedaço de parede revela momentos do Rio. Do orgulho negro as noites eróticas. Desse total de peças, 79 já faziam parte do acervo museológico do MAR. Visando incentivar a produção artÃstica e fortalecer o papel social do museu, a exposição também vai contar com obras comissionadas, criadas especificamente para a mostra. O vendedor de mate – Guilherme Kidd Entre os cerca de 110 artistas que participam da montagem, destacam-se
Sônia Gomes, Lucia Laguna, Rosana Paulino, BrÃgida Baltar, Denilson Baniwa,
Alexandre Vogler, Bispo do Rosário, Laerte e Bastardo. Nomes contemporâneos,
a exemplo de Guignard, Di Cavalcanti, Lasar Segall e Mestre Didi, também
compõem a coletiva. Além de Bonan, assinam a curadoria o curador-chefe do
museu, Marcelo Campos, o historiador Luiz Antônio Simas e a escritora
Conceição Evaristo. Segundo Campos, “Crônicas Cariocas†trata de um Rio que apesar dos
pesares revive diariamente. “Ela fala da cidade suburbana, cujo afeto é o
amálgama das relações e histórias miúdas. Um Rio que reza e dança, que
inventa seus próprios deuses, enquanto se organiza no trabalho informal e na
poesia dos trens e das praças. Um Rio que viu seus cinemas fecharem, suas
linhas de ônibus deixarem de ligar as zonas Sul e Norte, mas que, ainda
assim, nasce e renasce todos os diasâ€, salienta. Simas destaca que a crônica é um gênero literário carioca por
excelência. “Machado de Assis fala disso, que a crônica começa quando duas
vizinhas falam do calor e a história se desenrola. Mas ela não se limita Ã
literatura. A crônica está presente na música popular, nas conversas
cotidianas, nas sociabilidades construÃdas nos botequins, nas esquinas, no convÃvio
com as rezadeiras, enfim. É disso que se trataâ€, afirma. Uma conversa entre
vizinhos Já no inÃcio da exposição o visitante será surpreendido por um
burburinho vindo do túnel que dá acesso às galerias. Trata-se do áudio de uma
conversa entre Luiz Antônio Simas, Conceição Evaristo e a cantora Teresa
Cristina. Ao fim da passagem, na chegada ao primeiro espaço expositivo, uma
televisão exibe o vÃdeo do bate-papo. A ideia é brincar e fazer referência à s
conversas de janela entre vizinhos, que em razão da pandemia de covid-19
passaram a acontecer virtualmente. Novidade na vida da escritora Conceição Evaristo, a tecnologia tem se
mostrado uma aliada importante nesse perÃodo de distanciamento social. “A
pandemia oferece dificuldades, mas ela oferece essa possibilidade de invenção
de local, de encontro. A solidão já fica marcada por esse isolamento fÃsico,
mas a gente sempre encontra brechas de encontrar com o outro. Essas conversas
virtuais são muito novas para mim. Prefiro o real, sem comparação. Tô com uma
saudade do realâ€, brinca. São Jorge e o Devir, Thales Leite_2009 Isso é a cara do
Rio! Em paralelo à exposição, o MAR vai lançar semanalmente, nas redes
sociais do museu, a série “Isso é a cara do Rio!â€. Composta por dez vÃdeos, a
sequência vai abordar o cotidiano do carioca em situações do dia a dia,
comumente observadas pelas ruas do municÃpio. Todo o conteúdo dialoga com a
proposta da mostra. O Museu de Arte do
Rio Iniciativa da Prefeitura do Rio em parceria com a Fundação Roberto
Marinho, o Museu de Arte do Rio passou a ser gerido pela Organização dos
Estados Ibero-americanos (OEI) desde janeiro deste ano, apoiando as
programações expositivas e educativas do MAR a partir de um conjunto amplo de
atividades para os próximos anos. “A OEI é um organismo internacional de
cooperação que tem na cultura, na educação e na ciência os seus mandatos
institucionais, desde sua fundação em 1949. O Museu de Arte do Rio, para a OEI, representa um instrumento de
fortalecimento do acesso à cultura, intimamente relacionado com o território,
além de contribuir para a formação nas artes, tendo no Rio de Janeiro, por
meio da sua história e suas expressões, a matéria-prima para o nosso
trabalhoâ€, comenta Raphael Callou, diretor e chefe da representação da OEI no
Brasil. Após o inÃcio das atividades em 2021, a OEI e o Instituto Odeon
celebraram parceria com o intuito de fortalecer as ações desenvolvidas no
museu, conjugando esforços e revigorando o impacto cultural e educativo do
MAR, onde o Odeon passa a auxiliar na correalização da programação. O Museu de Arte do Rio tem o Instituto Cultural Vale como mantenedor,
a Equinor como patrocinadora master e a Bradesco Seguros como patrocinadora,
todos por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. A Escola do Olhar conta
com o apoio do Itaú, da Machado Meyer Advogados e da Icatu Seguros via Lei
Federal de Incentivo à Cultura. Por meio da Lei Municipal de Incentivo Ã
Cultura – Lei do ISS, é também patrocinada pelo Grupo GPS, RIOgaleão, ICTSI
Rio Brasil, ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) e HIG Capital. O Instituto
Olga Kos patrocina os recursos de acessibilidade do MAR. O MAR conta ainda com o apoio do Governo do Estado do Rio de Janeiro e
realização da Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo e do
Governo Federal do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura. Mais informações em www.museudeartedorio.org.br |
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